Revista Rua

2019-07-16T11:55:27+01:00 Opinião

O que 2019 já me fez ouvir

Música
José Manuel Gomes
16 Julho, 2019
O que 2019 já me fez ouvir

Estamos em julho. Mês de férias, mês de sol, verão, mês de aproveitar a melhor estação do ano, enfim, tudo parece perfeito em julho. Julho significa também que já lá se foi meio ano à vida. Todas as resoluções de ano novo parece que ainda agora foram feitas, mas num ápice, já lá vão seis meses.

Para além de pensarmos e planearmos os próximos seis meses, enfim, do que resta deste 2019, também é tempo de fazer uma retrospetiva deste meio ano e ouvir a banda sonora diária, até agora, de 2019. É precisamente isso que planeio fazer neste novo artigo: mostrar-vos o que mais me impressionou e marcou de janeiro até aqui; quais as descobertas e quais os discos que não desiludiram. Assim, proponho fazer uma lista de compras para que não me escape nada.

Para já, os discos que foram uma descoberta, ou seja, aqueles que, apesar de eu não conhecer o seu autor, me puseram a ouvir vezes sem conta.

Y la Bamba – Mujeres;

Lomelda – M for Empathy;

SASAMI – SASAMI;

Helado Negro – This Is How You Smile;

Stella Donnelly – Beware of the Dogs;

ALASKALASKA – The Dots.

Estes foram os discos que representaram uma verdadeira descoberta para mim. Realço, ainda assim, o trabalho de Helado Negro e de ALASKALASKA. São dois trabalhos para ouvir de fio a pavio, verdadeiramente.

Não é muito normal, pelo menos para mim, haver tantos discos a surpreender em apenas meio ano. Creio que 2018 completo não teve uma soma destas, sequer.

Agora, mudamos de secção nas nossas compras e vamos para a parte do supermercado em que estão aqueles álbuns que cumpriram com o seu propósito. Isto é, aqueles que são de projetos que já conhecemos e que esperamos grandes coisas e que, mesmo com a expectativa, conseguem surpreender:

Deerhunter – Why Hasn’t Everything Already Disappeared?;

Sharon Van Etten – Remind Me Tomorrow;

Toro y Moi – Outer Peace;

Girlpool – What Chaos is Imaginary;

Solange – Web I Get Home;

Foals – Everything Not Saved Will Be Lost Part 1;

Weyes Blood – Titanic Rising;

Local Natives – Violet Street;

Vampire Weekend – Father of the Bride;

Big Thief – U.F.O.F..

Hot Chip – A Bath Full of Ecstasy.

Contas feitas estão aqui quase 20 trabalhos editados este ano. Não é muito normal, pelo menos para mim, haver tantos discos a surpreender em apenas meio ano. Creio que 2018 completo não teve uma soma destas, sequer.

Bem, já tenho o cesto das compras cheio, com tudo o que quero. Assim sendo, vou para a caixa pagar. Ora, estou na fila, olho para o lado, e vejo dois chocolates, daqueles mesmo bons e que não era suposto levar. Aquela compra por impulso que fazemos e que não estávamos à espera. Porém, é a mais doce e que mais vamos saborear. Aconteceu-me isso com dois discos em particular. Dois álbuns que não estava à espera de gostar assim tanto e que me arrebataram completamente:

Tyler, the Creator – IGOR;

Thom Yorke – ANIMA.

Se com o Thom Yorke, apesar de eu ser gigante fã de Radiohead, não sou assim tão apreciador da sua carreira a solo, mas mesmo assim é plausível que goste do que faz, com o Tyler, the Creator, o caso muda de figura. Sou um apreciador q.b. de hip hop e sub-géneros, mas o que o Tyler fez foi uma obra-prima que me prendeu desde logo. Com ANIMA, o Thom Yorke fez-me sentir que estava a ouvir um novo disco dos Radiohead. Um trabalho que vai além do registo sonoro, já que é acompanhado por uma curta-metragem da autoria da Netflix que vale mesmo a pena ver.

Por último, compras feitas, uma menção para os discos nacionais que me prenderam o ouvido.

Lena d’Água – Desalmadamente;

First Breath After Coma – NU;

Manel Cruz – Vida Nova.

2019 começou bem; muito bem. Só pode acabar melhor.

Sobre o Autor:
Signo escorpião, sei informática na ótica do utilizador, programador do espaço cultural Banhos Velhos e sou um eterno amante de música, do cinema e do Sozinho em casa.

Partilhar Artigo: