Revista Rua

2024-09-16T15:52:38+01:00 Histórias

“A pedra e a Batalha – da matéria à vida” é a exposição que pode ser vista no Museu da Comunidade Concelhia da Batalha

A importância da pedra natural, nomeadamente do calcário em Portugal, é o mote da nova exposição na cidade da Batalha, região oeste do país.
Cláudia Paiva Silva16 Setembro, 2024
“A pedra e a Batalha – da matéria à vida” é a exposição que pode ser vista no Museu da Comunidade Concelhia da Batalha
A importância da pedra natural, nomeadamente do calcário em Portugal, é o mote da nova exposição na cidade da Batalha, região oeste do país.

De relevância não apenas para a economia do país, a arte de trabalhar o calcário em Portugal faz parte da própria identidade regional. Contudo, poucos sabem sobre a sua origem natural, através da deposição dos minerais dissolvidos a partir de corais e conchas, ao longo de milhões de anos, no fundo marinho.

Aí reside a primeira surpresa, para quem não conheça. Há milhões de anos, toda a zona oeste, desde as praias longas de areal que conhecemos, até à região da Serra de Aire e Candeeiros e um pouco mais para “dentro” era mar. Ainda que de pouca profundidade, foi a origem da rocha tal como hoje a conhecemos. Pedra de cor variável, mas geralmente branca imaculada, que embeleza as principais obras edificadas. E não só no nosso país, como também lá fora.

Reconhecimento mundial pela qualidade e características únicas, o Calcário, rei e senhor, é agora exposto no Museu da Batalha. Tendo por principal objetivo não apenas a divulgação científica, procura-se, nesta mostra, estabelecer uma relação ainda mais próxima entre a população e a expressão natural. A rocha, enquanto elemento da paisagem, e a rocha, enquanto elemento para a utilização humana.

Isto porque tudo o que nos rodeia depende de materiais e matérias-primas provenientes de elementos geológicos. O calcário não é exceção se pensarmos nos nossos utensílios do dia a dia, nas nossas casas, até mesmo nos nossos medicamentos e alimentação (por via do carbonato de cálcio, por exemplo).

Numa visita que, explica a museóloga Ana Mercedes Stoffel, poderá ser feita em 15 minutos, ou ao longo de um dia inteiro, “A pedra e a Batalha” revela-se o itinerário desde a origem, passando pela extração e transformação, até à homenagem às mulheres e homens que souberam trabalhar o original, cru e rugoso, transformando-o em obra prima.

Um legado que merece o cuidado de todos, o respeito pela paisagem e pela geodiversidade, a qual, no final de contas, é a nossa própria historia e fará parte do nosso futuro.

“A pedra e a Batalha – da matéria à vida” resulta do trabalho de investigadores em Geologia, Arte e História e da colaboração de técnicos do Mosteiro da Batalha e das Grutas da Moeda, com museologia de Ana Mercedes Stoffel e museografia de António Viana.

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