Revista Rua

2021-12-21T18:09:34+00:00 Património

As maiores termas da Península Ibérica abriram hoje ao público, em Chaves

As termas, que se encontram num elevado estado de conservação, vêm dar a conhecer 2000 anos de História.
Redação21 Dezembro, 2021
As maiores termas da Península Ibérica abriram hoje ao público, em Chaves
As termas, que se encontram num elevado estado de conservação, vêm dar a conhecer 2000 anos de História.

Foi hoje que abriu ao público o maior Balneário Termal Romano da Península Ibérica e o mais importante complexo termal romano português. Este “magnífico achado”, como diz o Presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, projeta a cidade no panorama cultural nacional e internacional.

As termas, que se encontram num elevado estado de conservação, vêm dar a conhecer 2000 anos de História. Ao mesmo tempo, este marco cultural veio valorizar a cidade de Aquae Flaviae, adicionando-lhe “mais uma joia da coroa”, salienta Nuno Vaz.

Este achado singular, que agora dá lugar a um Museu, localiza-se na margem direita do rio Tâmega e constitui-se como o mais importante complexo termal português e, também, um dos mais monumentais da Europa. A visibilidade destas termas deve-se à grandiosidade das suas estruturas, assim como à sua dimensão, qualidade arquitetónica e respetivo estado de conservação.

Trata-se de um edifício que ruiu em pleno funcionamento no século IV e ficou a partir daí “congelado no tempo”. Foi em 2008 que foi descoberto, por um acaso, durante as escavações no local para a construção de um parque de estacionamento subterrâneo.

Procedeu-se à intervenção de musealização e resolução de problemas técnicos relacionados com a condensação interior, com o apoio do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), tendo em vista a mitigação dos problemas decorrentes da existência de água a 73ºC no seu interior. Posteriormente, foi possível concretizar um conjunto de trabalhos de conservação, restauro e musealização de todas as estruturas arqueológicas existentes, promovendo as condições necessárias para a reativação do sistema hidráulico de abastecimento de águas termais, condutas, tanques e piscinas.

Ainda no processo de musealização, a intervenção contemplou a colocação de painéis explicativos com a reconstituição das ruínas, que descrevem o balneário e que contam 2000 anos de história do Largo do Arrabalde. Para além disto, adicionou-se uma mesa tátil interativa com a evolução dos balneários nas diversas fases, bem como uma exposição de artefactos, que permitirá dar a conhecer a evolução do local, desde a construção do primeiro balneário até à atualidade.

Em dezembro de 2012 as Termas Medicinais Romanas de Chaves foram classificadas como Monumento Nacional, por se apresentarem como o mais importante complexo termal português, de dimensões apenas comparáveis às de Aquae Sulis.

O complexo termal de Aquae Flaviae foi edificado em várias fases. Da primeira fase, datada do século I, já pouco resta, tendo sido as grandes obras de remodelação feitas nos finais do século II ou inícios do século III, que lhes deram grandiosidade e as projetaram pelo mundo romano.

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