BAMandBOO, muito mais do que dermocosmética
BAMandBOO é um segrego por desvendar. Gerada nos Açores, a marca de dermocosmética, que apresenta gamas de cuidados de pele e rosto de elevado cuidado, procura demarcar-se das demais. Seja pelas suas formulações, baseadas também em produtos naturais, algas, areias basálticas, Chá Verde, Louro, caroço de azeitona, seja pelo respeito com a Natureza, querendo ser um marco sustentável, produzindo em qualidade e não em quantidade.
Apresentando duas patentes registadas, AlgaeTrioComplex+ e HydraShieldCLN™, a marca pauta pelo uso de ingredientes ativos naturais aos quais junta todo o conhecimento farmacêutico. Violante Medeiros, uma apaixonada pelo potencial das ilhas, pelo que de melhor podemos retirar da Natureza, é farmacêutica e também a cientista por detrás dos diferentes produtos.
Já em relação às patentes, tal como o nome inspira, AlgaeTrioComplex+, é feita de raiz por um trio de extratos de algas marinhas (macroalgas), juntamente com Coenzima Q10 e Ácido Hialurónico. Já HydraShieldCLN™, a segunda fórmula, aproveita o poder do Chá Verde e Louro das ilhas atlânticas, bem como Niacinamida. A primeira com o propósito de hidratar ao máximo, a segunda para proteger, reforçando as defesas naturais da pele.
Compreendendo desta forma a Natureza, e de que maneira pode ser usada, de forma mais sustentada em prol da saúde humana, a BAMandBOO oferece cobertura às mais diversas necessidades. Isto em conceitos cada vez mais usados de Natural Aging ou Rooted Vitality, dedicado a peles mais maduras.
A Revista Rua teve a oportunidade de falar com Francisco Camacho, fundador da BAMandBOO, e Violante Medeiros, Diretora de Ciência da marca, procurando saber mais sobre o projeto, o presente e futuro da marca, e de que forma os produtos naturais podem e devem ser incorporados na saúde humana, em todo o seu ciclo de vida
Como nasceu a vontade de criar a BAMandBOO – qual foi o ímpeto? Uma necessidade pelo cuidado com o planeta, enquanto podemos cuidar de nós?
Francisco Camacho (FC): A BAMandBOO nasceu com o propósito de oferecer uma abordagem em cuidados de pele que unisse eficácia, sustentabilidade e acessibilidade. Desde o início, o nosso foco foi criar uma marca que respeitasse e valorizasse a biodiversidade única dos Açores, utilizando os recursos naturais da região de forma inovadora e responsável. A combinação de ingredientes autênticos com tecnologia avançada traduz a nossa missão: cuidar da pele enquanto protegemos o planeta, promovendo um autocuidado consciente e alinhado com os valores da sustentabilidade.
Em que momento sentiu que os elementos naturais da terra, vulgo geomateriais e componentes botânicos, poderiam fazer a diferença? Partiu de algum outro exemplo ou marca (Le Mer, Thalgo, Yves Rocher, Clarins, e marcas nacionais que usam minerais para aplicações terapêutica, como na Madeira ocorre, e também alguns produtos feitos com água termal – Linha AQVA de São Pedro do Sul)?
FC: Identificámos nos Açores uma oportunidade única, onde a biodiversidade e os geomateriais apresentam características diferenciadoras no campo da dermocosmética. Esta perceção foi reforçada por um forte investimento em investigação científica para explorar o potencial de ingredientes como o Basalto Vulcânico, o Chá Verde e o Louro dos Açores. Apesar de nos inspirarmos em casos internacionais e nacionais, optámos por um caminho próprio, aliado a tecnologias proprietárias como AlgaeTrioComplex+ e HydraShieldCLN™, criando produtos exclusivos e eficazes. Num mercado altamente competitivo, o nosso diferencial está na combinação de inovação científica com respeito pelos recursos naturais e pela comunidade local.
Violante, enquanto professora, além de investigadora, como transmite esta inovação tecnológica, mas baseada na sustentabilidade e respeito pelo Planeta aos seus alunos?
Violante Medeiros (VM): Enquanto professora, considero fundamental cativar os alunos para enfrentar desafios globais, como as alterações climáticas e a preservação do ecossistema. Na indústria cosmética, reforço a importância da adoção de práticas responsáveis, como técnicas de extração verde, biotecnologia e encapsulamento de ativos. Com base em casos reais da BAMandBOO, demonstro como tecnologias avançadas, como o HydraShieldCLN™, podem ser integradas harmoniosamente a ingredientes naturais, promovendo resultados sem comprometer o meio ambiente.
Estimulo a reflexão sobre o ciclo de vida dos produtos – desde a escolha de ingredientes até à embalagem e ao seu descarte – mostrando que a inovação deve ir além do “como” para abraçar o “porquê” e o “para quem”. Em debates e projectos práticos, encorajo os alunos a criar conceitos de produtos sustentáveis, permitindo-lhes perceber que a ciência aplicada pode ser tanto fascinante quanto uma força transformadora para um futuro mais ético.
Como se sente a resposta do mercado? Os consumidores respondem bem a estes novos produtos, sente que já existe um respeito pela dermocosmética natural (que não se encontra em farmácias?)
FC: A resposta tem sido extremamente positiva, refletida no crescimento de 25% no volume de negócios em comparação com 2023, e de 102% na categoria de skincare. Os consumidores estão cada vez mais recetivos a soluções dermocosméticas naturais, valorizando o compromisso com a sustentabilidade e a eficácia. Parcerias estratégicas com retalhistas como o canal Farmácia, e Perfumes & Companhia têm sido fundamentais para alcançar um público que procura produtos diferenciadores. Estamos a observar uma crescente sensibilização para a dermocosmética natural, mesmo fora dos contextos tradicionais de farmácia, o que reforça o potencial de crescimento deste segmento.
O que acha que falta, no ensino em Portugal, para que mais pessoas se interessem pelos cuidados de saúde, a partir da Natureza? Faz sentido disciplinas como Geologia Médica ou Geomedicina serem mais divulgadas? O mesmo dentro do campo da Biologia?
VM: O ensino em Portugal ainda não explora suficientemente a ligação entre saúde, natureza e ciência aplicada. Disciplinas interdisciplinares, como Geologia Médica ou Geomedicina, poderiam ajudar a despertar maior interesse, ao mostrar como os recursos naturais podem influenciar diretamente o nosso bem-estar.
Nos Açores, por exemplo, o solo vulcânico e a biodiversidade marinha apresentam propriedades regenerativas que utilizamos na BAMandBOO. Este tipo de conhecimento, se integrado no ensino, poderia não só inspirar mais jovens, como também promover uma visão prática e inovadora da ciência.
Além disso, é necessário um ensino mais dinâmico e experiencial, que vá além da teoria, incentivando os alunos a investigar, formular hipóteses e testar. Parcerias com empresas como a BAMandBOO podem aproximar os estudantes do impacto real da ciência, demonstrando como ela pode contribuir para soluções eficazes e sustentáveis.