Inaugurada no passado sábado, 20 de julho, a XXIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira preenche uma vez mais a agenda cultural de Vila Nova de Cerveira. Até 30 de dezembro, sob o tema És Livre?, a XXIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira preenche a vila do Alto Minho num certame dedicado à produção artística contemporânea para apresentar obras de 119 artistas de 20 países.
Assinalando 46 anos, a bienal de arte mais antiga da Península Ibérica convidou artistas, pensadores e públicos a refletir em torno do tema da Liberdade, problematizando questões associadas aos valores democráticos conquistados na Revolução de Abril de 1974 e nos quais se alicerça o legado histórico e cultural erigido pela Bienal Internacional de Arte de Cerveira, cuja origem remonta a 1978.
Com direção artística de Helena Mendes Pereira e Mafalda Santos, o evento adota o modelo de 1978, com algumas novidades nas orientações programáticas: exposição do concurso internacional e artistas convidados, homenagem a Isabel Meyrelles, projetos curatoriais, o projeto Livre Trânsito, com residências artísticas em todas as freguesias de Vila Nova de Cerveira, a exposição de homenagem, o ciclo de conferências internacionais sobre o tema da Liberdade e o projeto de reforço do museu ao ar livre, com visitas orientadas, entre outras ações de mediação.
A seleção de obras do Concurso Internacional reúne uma amostra das práticas artísticas contemporâneas, nos mais diversos meios: da pintura à escultura, vídeo, instalação, ao trabalho com têxtil, vidro entre outros materiais. A estruturação da exposição e agrupamento das obras procura realçar as problemáticas atuais associadas à liberdade, individual e coletiva – a condição do indivíduo na sua relação com as hierarquias de poder e de controlo; com as narrativas do passado; a sua relação com a paisagem e o território; e na esfera privada – os espaços de liberdade/não liberdade associados à condição de mulher, da pessoa trans, do estrangeiro ou do trabalhador.