
Bienal de Ilustração de Guimarães chega à sua 4ª edição
Inaugurada no passado sábado, 21 de outubro, a Bienal de Ilustração de Guimarães promove exposições que poderão ser visitadas em diversos locais: Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), Palácio Vila Flor (CCVF), Sociedade Martins Sarmento e Centro para os Assuntos da Arte e Arquitetura (CAAA).
Manuela Bacelar com a “A maçã de ouro” estará presente no CIAJG e conta com a Curadoria de Jorge Silva
A obra gráfica de Manuela Bacelar, (Coimbra, 1943), tem a maior importância na evolução da ilustração para crianças em Portugal a partir da década de 80. A influência das artes visuais do leste europeu, fruto de uma formação escolar de sete anos na Checoslováquia, manifesta-se na qualidade pictórica, poética e onírica que Manuela vai revelar nos seus livros ilustrados, a par de uma experimentação constante de técnicas e materiais. Em 1989 Manuela ganhou o galardão mais importante da ilustração para crianças, a Maçã de Ouro da Bienal Internacional de Bratislava, atribuído às ilustrações do livro “Silka”, uma curiosa lenda nórdica escrita por Ilse Losa, cúmplice habitual de Manuela. Manuela ilustra mais de 90 livros para crianças, muitos deles também escritos por si e publicados por editoras do Porto, cidade onde vive e trabalha. Algumas das suas obras mais célebres têm sido reeditadas ao longo dos anos. Em 2017, “Os Ovos Misteriosos” teve a sua 22.ª edição e a série “Tobias”, com nove volumes, continua a ser reimpressa regularmente.
Júlio Resende com “A sensibilidade de ilustrar” está na Sociedade Martins Sarmento e tem a curadoria de António Gonçalves
As palavras trazem consigo vivências e sustentam uma possibilidade imagética que possibilita a ampliação da perceção. A criação literária no seu exercício da escrita transporta-nos para sensibilidades singulares. O que somos no que lemos e o que a leitura nos proporciona, está registado na nossa existência. Servirão as palavras a nossa vontade de expressão?
Quando a imagem lhes “toma o pulso” e lhes confere uma amplitude, vemos na relação da palavra e da imagem uma complementaridade para a fruição criativa. Júlio Resende mostrou-nos, de forma muito especial, como a criação plástica se relacionou e conviveu com os textos que deu a ver pelas suas ilustrações. A sensibilidade de ilustrar é a inteligência da emoção a ler um texto e a dar-lhe uma coexistência pela imagem. O registo enquanto fulcro do querer dar a ver a essência da palavra que se reproduz na premissa da forma.

Sebastião Peixoto com “Névoa-nada“ no CAAA (Centro para os Assuntos da Arte e Arquitetura)
Este conjunto de trabalhos pretendem ser uma tentativa de interpretação/decifração visual do poema sapiencial “Qohélet” (Ecclesiastes), um dos livros poéticos do antigo testamento da Bíblia Cristã.
No Palácio Vila Flor está uma mostra coletiva com 160 obras de 63 autores selecionados para este concurso. O Prémio Nacional BIG é um concurso nacional dirigido aos artistas que desenvolvem a sua atividade profissional nas áreas da ilustração de imprensa, de livros e de cartazes culturais. Tendo sido atribuído o Grande Prémio BIG a Madalena Matoso, pela composição e pela elaboração plástica, capazes de dialogar com o texto e simultaneamente sustentar-se para além dele. Prémio BIG Revelação a Inês Viegas de Oliveira, Prémio BIG Aquisição a André Ruivo, Emílio Remelhe, Cristina Sampaio, Mantraste e António Jorge Gonçalves.