Revista Rua

2022-09-23T18:12:58+01:00 Negócios

Consumo estrangeiro em Portugal disparou no verão

O regresso de turistas estrangeiros ao território nacional proporcionou uma melhor performance dos negócios portugueses.
Redação23 Setembro, 2022
Consumo estrangeiro em Portugal disparou no verão
O regresso de turistas estrangeiros ao território nacional proporcionou uma melhor performance dos negócios portugueses.

De acordo com o REDUNIQ Insights, o volume de faturação dos negócios em Portugal aumentou durante os meses de verão, comparativamente com o mesmo período no ano passado. Depois de um primeiro semestre com uma subida de 45% da faturação com cartões nacionais e estrangeiros, a recente época de férias manteve a tendência de recuperação.

O regresso de turistas estrangeiros ao território nacional proporcionou uma melhor performance dos negócios portugueses, tendo aumentado a faturação por cartões estrangeiros em mais de 80%, no período compreendido entre 1 de julho e 15 de setembro, quando comparado com o mesmo período em 2021. Deste grupo, o destaque vai para turistas franceses que, apesar de a percentagem ter diminuído em sete pontos percentuais de peso no total da faturação estrangeira, continua a representar a maior fatia do consumo estrangeiro em Portugal (18% do total). De seguida, surge o Reino Unido (com 14% do total da faturação estrangeira), a Irlanda (com 11%), os Estados Unidos (com 10%) e Espanha com (9%).

Os números apresentados acompanham as estimativas divulgadas recentemente pelo Instituto de Estatística e pelo Banco de Portugal, revelando um aumento de 205,2% no número de hóspedes não residentes em Portugal face ao período de julho de 2021, um cenário que terá contribuído para que ,este ano, o respetivo mês se tornasse o melhor de sempre em número de hóspedes e de dormidas em Portugal. Quando analisado o valor médio de compra, os dados da REDUNIQ concluem que os turistas irlandeses são os que gastam mais em férias, em Portugal, numa média de 112€ por transação. Já os Estados Unidos são o segundo país com valor de compra médio mais elevado: cerca de 70€. Reino Unido, França e Espanha apresentam um perfil de compra semelhante nestes meses, o que corresponde a um valor de compra médio de, respetivamente, 48€, 46€ e 40€.

Segundo o Diretor Comercial da UNICRE e porta-voz oficial do REDUNIQ Insights, Tiago Oom: “Os resultados obtidos pelos negócios durante os meses de verão são o reflexo de um conjunto de fatores impulsionadores do aumento da faturação. Desde logo, o facto de este ter sido o primeiro verão sem a aplicação de restrições à circulação de cidadãos entre países, derivado do controlo da pandemia, o que originou uma maior confiança dos consumidores (nacionais e estrangeiros) a regressar aos principais pontos turísticos do país”, acrescentando: “Portugal está neste momento a colher os frutos de uma forte aposta, a nível de investimento e de promoção, no turismo, sobretudo para atrair o turismo externo. O próprio cenário inflacionista tem promovido o aumento generalizado de produtos e serviços ligados ao setor turístico, o que acaba por também contribuir para o crescimento da faturação destes negócios”.

Analisando a performance dos diferentes setores de atividade, considerando a faturação total dos negócios (somando cartões nacionais e internacionais), o REDUNIQ Insights demonstra um aumento generalizado da faturação dos negócios tipicamente associados ao turismo. A título de exemplo: o rent-a-car cresceu 85% face ao período homólogo, já a hotelaria e a restauração aumentaram a faturação em 71% e 50%, respetivamente. O elevado aumento da faturação das atividades turísticas está associado ao regresso de turistas estrangeiros a Portugal, contribuindo para aumentar em 117% a faturação hoteleira, em 110% a faturação do rent-a-car e em 98% a faturação da restauração.

Em contrapartida, o consumo nacional terá registado um decréscimo de 6% face ao período homólogo, um resultado que, de acordo com Tiago Oom “poderá justificar com uma contenção dos gastos das famílias portuguesas face ao crescimento da inflação”. Numa análise geográfica, os distritos mais turísticos, nomeadamente, Lisboa, Açores, Faro, Madeira e Porto, apresentam todos os valores de faturação superiores ao mesmo período do ano passado, com crescimento de 43%, 36%, 36%, 32% e 28%, respetivamente.

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