Revista Rua

2018-08-20T12:16:31+01:00 Viagens

Experienciar o genuíno espírito escocês

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Filipa Santos Sousa4 Junho, 2018
Experienciar o genuíno espírito escocês
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Ruas cheias de vida com uma multiplicidade de atividades, desde concertos a mercados de rua, ecos de gaitas de foles e músicas tradicionais, assim se apresenta aos visitantes Glasgow. Antiga locomotiva industrial da Escócia, a cidade tem vários encantos para se desfrutar, destacando-se a riqueza da sua arquitetura e o sentir autêntico da cultura local. É esta a casa de Hugo Silva, um bracarense em Glasgow.

Glasgow é um dos maiores centros comerciais do Reino Unido e afirma-se como um destino repleto de ofertas culturais, ideal para compras e para negócios. Situada nas margens do Rio Clyde, a cidade está munida de encantos próprios, onde se distingue a sua arquitetura que abrange o vitoriano e o neoclássico, sem esquecer importantes obras contemporâneas. Durante a Revolução Industrial surgiu como um expoente de engenharia e construção naval. Apesar de ter sido já afetada por uma grave crise, Glasgow renasceu repleta de vida. “É possível experienciar o genuíno espírito escocês no que toca a cultura, tradição e comunidade. Duas palavras que caraterizam esta cidade são dinamismo e espontaneidade”, constata Hugo Silva.

De facto, as atrações arquitetónicas foram o chamariz perfeito para este bracarense. Com 24 anos, está a frequentar o Mestrado de Arquitetura na afamada Universidade de Glasgow. No seu entender, a instituição de Ensino Superior é mesmo um dos “sítios mais emblemáticos da cidade, por ser uma das mais antigas do mundo e ter um estilo que é normalmente associado a Hogwarts, do imaginário fictício de Harry Potter”. Desde que visitou o Reino Unido pela primeira vez, Hugo ficou com a ambição de aí estudar, com o objetivo de sair fora da sua zona de conforto. A representatividade da comunidade lusa nestas paragens não é tão significativa como, por exemplo, em Londres ou Edimburgo (capital escocesa). Com os seus prós e contras, “o facto de não ter muitos portugueses por perto fez com que me integrasse mais rapidamente com outros estudantes”, sublinha.

O jovem minhoto tem aproveitado para visitar diversos pontos turísticos, pelo que deixa alguns conselhos: “Para os mais interessados em arte, Kelvingrove Museum & Art Gallery tem coleções de pintores célebres como Van Gogh e Salvador Dali. A House for An Art Lover [Residência para um amante de arte] desenhada por um dos maiores arquitetos de Glasgow, Charles Rennie Mackintosh, está na minha lista de atrações que pretendo visitar, mas ainda não tive a oportunidade. A típica dança escocesa – ceillidh – é, sem dúvida, algo que todos deveriam experimentar numa visita”. Adaptado à sua nova realidade e a desfrutar do ambiente e espírito escocês, Hugo assume que, mesmo assim, é difícil estar longe da família e dos amigos; o clima e as saudades da gastronomia portuguesa são outros dos constrangimentos trazidos pela distância.

“O verão na Escócia é o equivalente ao outono em Portugal, o que dificulta a ambientação ao país. No entanto, tento sempre que possível regressar a Braga durante os meses de veraneio, de modo a aproveitar o calor. Aqui, ir para a praia ou rio é simplesmente impensável!”, lamenta Hugo Silva. A par das diferenças meteorológicas, também é difícil encontrar ingredientes típicos da cozinha portuguesa. “Apesar disso, encontrei vários pubs em Glasgow onde servem cerveja Sagres e cafés onde vendem ‘portuguese custard pie’, ou seja, uma versão estrangeira de natas”, salienta. Entre o som inconfundível das gaitas de foles e azáfama boémia das ruas escocesas, o estudante de Arquitetura considera que mudar-se para Glasgow sozinho “foi a melhor decisão que podia ter tomado”.

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