Revista Rua

2021-12-09T10:31:19+00:00 Património

Exposição “Histórias de um Império” em destaque no Museu do Oriente

“Histórias de um Império”, pela Coleção Távora Sequeira Pinto, no Museu do Oriente, revelam seis séculos de História e Cultura entre a Europa e a Ásia, entre as trocas de Portugal com o Oriente.
Vento. Índia mogol século XVII
Cláudia Paiva Silva9 Dezembro, 2021

Exposição “Histórias de um Império” em destaque no Museu do Oriente

“Histórias de um Império”, pela Coleção Távora Sequeira Pinto, no Museu do Oriente, revelam seis séculos de História e Cultura entre a Europa e a Ásia, entre as trocas de Portugal com o Oriente.

São 150 obras expostas entre porcelanas, mobiliário finamente trabalhado, lacas e marfim, num misto entre o luxo Oriental e a influência portuguesa, que se estendeu realmente por um vasto Império, possivelmente o nosso único e último, se não tivermos em conta a diáspora da Língua, símbolo de patriotismo que ainda resiste em lugares remotos de um mundo globalizado, legado lusitano.

No Museu do Oriente, apresentando pela primeira vez a Coleção Távora Sequeira Pinto que desde os anos 80 tem vindo a angariar um imenso espólio material que mostre a mescla entre as Culturas Oriental e Ocidental – mais do que contar a História, pretende contar várias outras estórias associadas a cada região –, encontra-se a exposição Histórias de um Império.

Pedra de bezoar montada com coral vermelho. Índia e Europa, século XVII

São oito os núcleos exibicionais que contam mais de seis séculos de História entre Portugal e a Ásia, num arrepiante e belíssimo passeio educacional e civilizacional, onde poderemos encontrar peças magníficas, simbolizando cada grau de presença nacional à medida que a Expansão marítima e terrestre foi sendo realizada, a partir de cada região e respetivos contrastes culturais.

Passamos assim pela assimilação cultural de objetos e características tipicamente europeias como: “cadeiras, mesas, escritórios, essenciais no quotidiano ocidental, mas surpreendentes aos olhos dos orientais”, aos símbolos religiosos que sempre fizeram parte integrante do fundo colonizador: “O carácter missionário da expansão portuguesa é ilustrado por obras de arte sacra em madeiras preciosas, filigrana, marfim e outras matérias-primas requintadas”. A influência e mescla de materiais e arte de trabalho tornou-se igualmente tão imensa que, de acordo com a própria descrição transmitida pela Fundação Oriente, “revela a materialização de uma imagem mítica, a de um Oriente de opulência e maravilha, em peças de execução delicada em ouro, filigrana de prata, prata dourada, cristal de rocha, marfim e pedras preciosas”. Um incrível Mundo Novo a nascente, que da desconfiança passou à amizade e respeito por vários séculos, a partir de invasões de piratas, estratégias de proteção, trocas comerciais de riqueza absoluta, desde terras das Índia, passando por Timor e terminando com a presença no Japão, e claro, na China. Terras onde Goa e Macau continuam a ser um pedacinho de Portugal a Oriente. Onde muitos ritos e costumes se elevam às radicalizações políticas de partidos nacionalistas nos dias de hoje.

Contudo, não será apenas esse o objetivo da exposição Histórias de um Império, comissariada por Nuno Vassallo e Silva. Será também o observar, o entender as relações que se estabeleceram numa época em que a Globalização se tinha colocado em marcha, onde o estranho se fez entranhado, e que, porventura, ainda fazem parte de cada um de nós.

Para mais informações: Fundação Oriente e Apresentação Histórias de um Império

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