A Galeria da Estação, em Braga, inaugura a 14 de julho a exposição Finding Home, do fotógrafo Gonçalo Fonseca. A mostra pode ser visitada junto à gare da estação ferroviária de Braga até 26 de agosto, de terça a sábado, entre as 14h e as 19h.
Antes da tomada do Afeganistão pelos talibãs, o Instituto da Música do país (ANIM) tocou em alguns dos mais consagrados palcos do mundo. Fundado há mais de uma década pelo etnomusicólogo Dr. Ahmad Sarmast, o ANIM era a escola de referência no Afeganistão. Formou centenas de estudantes, homens e mulheres, de diferentes idades e classes sociais, enfrentando ataques terroristas e a pressões por parte dos extremistas. Em 2021, à medida que os EUA retiraram as suas tropas e a sede do Instituto tornou-se num centro de comando talibã, os 273 alunos e docentes foram forçados a exilar-se.
Em dezembro de 2021, estes refugiados talentosos encontraram uma nova casa em Portugal, o único país que lhes abriu as suas portas. Aqui, renasceu a esperança de que a música voltasse encher os corredores do seu querido Instituto.
À medida que a Guerra da Rússia com a Ucrânia se foi intensificando, o Governo português teve dificuldades em gerir o fluxo de refugiados. O Hospital Militar de Belém, desativado e degradado, passou de ser uma solução temporária, para a casa do grupo durante cerca de oito meses, o que levou vários membros a decidirem procurar oportunidades noutros lugares.
Desde agosto de 2022, os cerca de 90 alunos que restaram foram deslocados para Braga e Guimarães e estão a viver em apartamentos e albergues para adolescentes. Lentamente, a situação vai melhorando, mas o caminho para a integração na sociedade portuguesa é sinuoso.
“O meu sonho é manter a música Afegã viva”, diz Sogufa Safi de 18 anos, maestrina da orquestra feminina Zhora. Agora que o Afeganistão se tornou numa sociedade silenciada, este grupo de pessoas sente uma responsabilidade enorme. São os protetores e cuidadores de uma tradição musical milenar, mas vivem como refugiados numa terra estranha.
Finding Home, de Gonçalo Fonseca, traz as vivências da comunidade e a constante procura por um lugar.
