Revista Rua

2022-06-15T14:35:19+01:00 Cultura, Teatro

Lisboa do século XVI retratada na peça Comédia Aulegrafia

A Lisboa do século XVI é retratada pela peça Comédia Aulegrafia, de Jorge Ferreira de Vasconcelos, no Claustro do Convento da Graça em Lisboa.
Cláudia Paiva Silva15 Junho, 2022
Lisboa do século XVI retratada na peça Comédia Aulegrafia
A Lisboa do século XVI é retratada pela peça Comédia Aulegrafia, de Jorge Ferreira de Vasconcelos, no Claustro do Convento da Graça em Lisboa.

Comédia de costumes, onde as personagens e tramas são inspiradas pela vida da Corte, e pelos destinos das viagens quinhentistas, Comédia Aulegrafia não foge ao padrão, pertencendo à obra do autor português Jorge Ferreira de Vasconcelos, cujo registo é agora resgatado pelo Teatro Maizum.

Relatando uma história de amor e ciúme, bem como as intrigas da Corte no Paço, contextualizada numa Lisboa (e país) durante o reinado de D. João III e D. Catarina de Áustria, esta peça fala igualmente, como não poderia deixar de ser, nos principais vícios de ascensão política e status social, frente ao Rio de onde se partia para desbravar novos (velhos) mundos. Entre vários personagens tais como, moços fidalgos, damas da Corte, donzelas, escudeiros pobres, criados, mulatos, cortesãos, e também castelhanos aventureiros ou criados fanfarrões, apresentam-se ao serviço a cobiça e a corrupção numa alegre festa. Casamentos arranjados com desamor e, no centro de tudo, com a janela do Paço, Aulegrafia, a intriguista-mor, uma alcoviteira que tem por objetivo mandar e desmandar nos corações, mesmo que possa incorrer em tragédias bem ao estilo ainda medieval. No meio da história é Filomena quem acaba por ser o peão de uma história única de Poder, de negócios e é, no final do dia, apenas um troféu disputado por dois partidos que pretendem apenas uma coisa. Contudo, é Aulegrafia quem trabalha os fantoches da trama pela sua própria sede de conquista, importância e veneração, numa Lisboa onde a pobreza, as varinas, marinheiros, gente de má fama e o Fado eram uma constante de mãos dadas.

De 7 a 24 de julho, no Convento da Graça, em Lisboa.

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