Revista Rua

2018-11-02T14:30:34+00:00 Cultura, Outras Artes

Na luz de Cláudia Cibrão

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Helena Mendes Pereira4 Junho, 2018
Na luz de Cláudia Cibrão
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Natural de Barcelos, Cláudia Cibrão (n.1993) chegou-nos à procura de respostas e na expetativa de encontrar um caminho. É artista plástica, mas, como muitos da sua geração para quem o ensino já não se apresenta como forma de subsistência, está disponível para abraçar a área da produção cultural onde também há a possibilidade de aquisição de ferramentas práticas para implementação de projetos em contexto real de trabalho. Foi na disponibilidade desse abraço que a conheci e foi na concretização desse abraço que me rendi à sua luz e energia que dão sentido à sua produção artística que, apesar de recente, apresenta já alguma uniformidade no campo da pesquisa.

A jovem barcelense licenciou-se em Artes Plásticas – Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e foi nesse enquadramento que integrou o Programa de Mobilidade Europeu (Erasmus) na Accademia di Belle Arti di Bologna, 2013/14. É Mestre em Gestão de Indústrias Criativas, na Universidade Católica Portuguesa. Em 2013, em parceria com a artista plástica Catarina Real, funda o projeto artesanal DUAL, onde exploram técnicas de impressão. Nesse mesmo ano participa na performance de Monika Weiss intitulada Anamnesis II. Anos antes, em 2011 tinha participado nos workshops: Improvisação, voz e movimento, ministrado por Jaime Soares; Ilustração, por Esgar Acelerado; e Workshop/Performance, por Vera Mantero. Multifacetada e multidisciplinar, já conta com três publicações, sendo a mais relevante a participação no CD dos The Lemon Lovers com a ilustração da contracapa.

Parafraseando a artista, podemos afirmar que o seu “trabalho artístico tem o intuito de desenvolver, essencialmente, a temática da Luz e as suas consequências. Para isso recorre a vários meios, tendo a pintura, o desenho, a fotografia e a instalação como particular interesse. É inerente ao artista, ao pintor, sobrepor o espaço e o tempo, inverter planos ou perspetivas, seguir o concreto ou o abstrato, mentir ou dizer a verdade sobre a realidade. É desta liberdade de poder mudar ou criar um novo sentido, dentro daqueles quatro lados fechados em que se insere a imagem, que as obras vivem. Propõe-se, então, a um estado de viagem permanente, em que o foco não é sempre o mesmo objeto, lugar ou pessoa, variando muito, ainda que tenha constantemente a mesma temática. Logo, advém de uma observação cuidada e contínua do quotidiano, de uma procura incessante por novos desenhos, novas geometrias, novos espaços”.

Expõe desde 2010, tendo apresentado o seu trabalho em museus, galerias e outros espaços e contextos culturais em Portugal e além-fronteiras.

Cláudia Cibrão apresenta uma condição de produção particularmente interessante nas obras em que a colagem é composição, perdendo-se no detalhe e criando ilusões formais que desafiam os nossos pontos de vista a olho nu. Mas o que nos fica de tudo é a Luz, como foco da produção artística e como característica da artista.

Sobre o autor:
chief curator da zet gallery

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