Quase no final de 2023, Nini Andrade Silva apresentou um álbum de trabalho. Desenganem-se aqueles que acham que é uma obra completa com os esquemas, desenhos, escalas arquiteturais. O álbum, que leva o nome da conceituada artista madeirense, a viver em constante viagem pelo mundo, é um mergulho de imagens, sim, mas em vários pontos do globo, representando a sua influência e o design que lhe é tão característico.
Com dois eventos realizados, um no El Corte Inglés de Gaia, no Porto, e outro, também no El Corte Inglés, mas em Lisboa, o lançamento desta primeira obra foi acompanhado pela apresentação de Fátima Campos Ferreira, amiga de longa data, confidente de bons e maus momentos. À conhecida jornalista, juntaram-se Eduardo Souto de Moura e António Costa Silva, amigos que, juntos, demonstram o mesmo carinho, admiração e respeito pela eterna menina que saltava pelos calhaus, que tanto a inspiram no desenvolvimento dos seus projetos.
Em Lisboa, num tom bastante íntimo, Nini falou em palco sobre os seus 35 anos de trabalho, numa conversa pautada por memórias de adolescência, por emoções à flor dos olhos, relembrando Adriana, presente na plateia, que lhe ofereceu o primeiro emprego, os irmãos, o seu projeto familiar, “Garouta do Calhau”… Referiu que este álbum é, na verdade, um livro de histórias, de uma vida onde a arte ganha vida em formas, objetos e sombras. Mas fez ainda mais questão em declarar que ser uma líder não valeria de nada sem ter uma forte equipa, sem a qual nada faria sentido. Uma equipa de arquitetos e outros designers, que também se destacam por querer fazer diferente, estudando diferentes culturas e querendo adaptá-las à realidade.
Já António Costa Silva destacou a capacidade de Nini conseguir fundir todas as artes, recriando o mundo à sua maneira e à sua visão, dando-lhe ainda mais encanto. Ao mesmo tempo, mencionou que, ao assistirmos a um divórcio entre o Homem e a Natureza, Nini é capaz de repor esse equilíbrio por via de ecossistemas eficientes, eficazes e que apelam aos recursos naturais. Nas suas palavras: “a sua relação seminal com as rochas, com a natureza, com a história do nosso planeta, é uma mensagem poderosa. É uma proteção ao planeta, subvertendo a realidade”.
Já para Nini, a relação com a Natureza é essencial em tudo o que faz. Ao responder à Revista RUA, a designer acredita (e vê) que cada vez mais a procuram com ideias de estabelecer simbioses entre o moderno e o natural. A circularidade de materiais e as melhores práticas de sustentabilidade tornam-se parte de cada vez mais projetos e nem outra forma poderia ser.
Sobre o álbum Nini Andrade Silva, a autora reflete que o mesmo representa uma fase de vida, de percurso profissional. Mas confessa que, em 2024, já prevê outra apresentação.
Nini Andrade Silva encontra-se à venda no Design Centre Nini Andrade Silva (online e loja física), El Corte Inglés, Uzina Books, Wook, Livraria Almedina e Bertrand por um P.V.P. de 90 euros.