Revista Rua

2023-05-18T15:54:37+01:00 Cultura, Em Destaque, Teatro

O Meu Amigo H. em estreia absoluta em Guimarães

O Meu Amigo H. estreia no Grande Auditório Francisca Abreu do CCVF, a 19 de maio, às 21h30.
Fotografias ©Nuno Sampaio
Redação18 Maio, 2023

O Meu Amigo H. em estreia absoluta em Guimarães

O Meu Amigo H. estreia no Grande Auditório Francisca Abreu do CCVF, a 19 de maio, às 21h30.

Encenado por Albano Jerónimo e Cláudia Lucas Chéu, O Meu Amigo H. estreia amanhã, em Guimarães. A peça convocatória e disruptiva parte do texto homónimo do autor japonês Yukio Mishima, numa coprodução da companhia Teatro Nacional 21 e a cooperativa cultural A Oficina.

Em estreia absoluta no Centro Cultural Vila Flor (CCVF), a peça conta com um elenco de peso, composto por quatro atores: Pedro Lacerda, Rodrigo Tomás, Ruben Gomes e Virgílio Castelo. Em palco, está também uma equipa de imagem e som, totalmente integrada em cena, para ampliar a presença de cada personagem. A ideia de trabalhar este texto poético, revolucionário e inquietante de Mishima surge do dramaturgo Ricardo Braun, que também participa no processo de adaptação da obra. “Embarcar no universo de Yukio Mishima, ao contrário do que julguei inicialmente, mostrou-se uma viagem ao presente e ao futuro próximo”, partilha a encenadora, Cláudia Lucas Chéu.

“O Mishima, sendo um autor controverso e não consensual, pareceu-nos altamente produtivo desenvolvê-lo em cena. Essas figuras são sempre premiáveis a abordagens artísticas”, partilha o encenador Albano Jerónimo, acrescentando: “Os tempos falam por nós e o timing deste texto não podia ser mais pertinente, não só pela conjuntura nacional, como internacional. Vivemos tempos em que as pessoas estão cada vez mais extremadas, existe uma individualidade que está a ser mais exacerbada e posta em prática.” A escutar atentamente o discurso do H., um líder que nasce do conflito e da ascensão ao poder, estão três homens: um militar, um sindicalista e um capitalista. Para a encenadora: “Acredito que mostrar a criação destes demónios políticos pode extinguir alguma da chama com a qual se vão alimentando ao longo dos tempos. Acredito que este espetáculo pode ser como o fumo que faz disparar o alarme”. A peça recai sobre a “política de bastidores”, numa perspetiva aproximada aos dias de hoje, através de um texto frio e inquietante, conduzido pela poesia da violência e da morte.

Rodrigo Tomás, Albano Jerónimo e Virgílio Castelo ©Nuno Sampaio

“O autor está representado na sua plenitude, desde a sua perspetiva homoerótica e a sua adoração a Hitler – que não subscrevemos, mas que alteramos e contrariamos o autor e acredito que o próprio Mishima iria gostar dessa contrariedade”, termina o encenador.

O Meu Amigo H. estreia no Grande Auditório Francisca Abreu do CCVF, a 19 de maio, às 21h30. Os bilhetes estão disponíveis, podendo ser adquiridos via online em oficina.bol.pt e presencialmente nas bilheteiras dos equipamentos culturais geridos pel’A Oficina como o Centro Cultural Vila Flor (CCVF), o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), a Casa da Memória de Guimarães (CDMG) ou a Loja Oficina (LO), bem como nas lojas Fnac, Worten, El Corte Inglés e outras entidades aderentes da BOL.

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