Revista Rua

Outono é tempo de Douro: uma viagem pelos sentidos no Six Senses Douro Valley

Com a Quinta Vale de Abraão como casa, na freguesia de Samodães, em Lamego, o Six Senses Douro Valley é para nós um despertar de sentidos
Six Senses Douro Valley, localizado em Samodães, em Lamego.
Andreia Filipa Ferreira7 Outubro, 2024

Outono é tempo de Douro: uma viagem pelos sentidos no Six Senses Douro Valley

Com a Quinta Vale de Abraão como casa, na freguesia de Samodães, em Lamego, o Six Senses Douro Valley é para nós um despertar de sentidos

Se há algo de que temos a certeza é que o outono é tempo de Douro. É momento de transformação, de reencontro, de renovação. É tempo de vindimas, de aproximação à natureza. Há uma essência que brota da terra, do rio, da atmosfera douriense que, apesar dos encantos do verão, parece renascer à medida que o calor dá descanso à paisagem. Apreciar esta mudança é um despertar dos sentidos, uma viagem temporal que relembra os antepassados e valoriza o presente como fossemos parte ativa da sua construção.

Essa é a sensação que temos quando pisamos o Six Senses Douro Valley e, logo nas primeiras passadas, encaramos a paisagem que encontra o Rio Douro ao fundo, numa varanda pensada especialmente para nos arrebatar e nos apaixonar à primeira mirada. É um observatório do tempo, que passa ali mais devagar. Com a Quinta Vale de Abraão como casa, na freguesia de Samodães, o Six Senses Douro Valley é para nós um despertar de sentidos: o olhar perde-se entre os jardins, onde crescem os ingredientes que podem ser mais tarde encontrados em alguns menus gastronómicos, em tratamentos no Spa ou até no Earth Lab, um espaço especial neste resort cujo compromisso é garantir uma oportunidade para os hóspedes se reconectarem com a natureza e aprenderem alguns truques amigos do ambiente para adotarem no dia a dia; o olfato preenche-se pelos cheiros da terra, pelas nuances vinícolas que a brisa traz; o tato descobre-se em cada pormenor da madeira e granito que envolvem a decoração do espaço; a audição perde-se entre o silêncio da natureza e, ao mesmo tempo, o irromper dos próprios sons que ela emana como quem convoca, de forma matreira, o despertar dos animais noturnos.

Na verdade, estes jardins que nos iniciam nesta odisseia douriense não são humildes. A sua fama já passou por anos, gerações e fronteiras, graças ao filme Vale Abraão, que o cineasta português Manoel de Oliveira realizou em 1993 com base do famoso livro da escritora Agustina Bessa-Luís. Quem vive desta reputação não é, certamente, humilde nas suas formas de se apresentar.  “Em 1889, José Marques Loureiro, famoso horticultor português e proprietário do Horto das Virtudes no Porto publicou no ‘Jornal de Horticultura Prática’ um artigo sobre a sua visita a Vale de Abraão. Ficou absolutamente encantado com o panorama, a ‘vila encantadora’, e as ‘belas e variadas plantas que ali se encontram’, algumas das quais foram por ele oferecidas em 1888. Em 2019 os jardins de Vale de Abraão foram incluídos na AJH- Associação dos Jardins Históricos de Portugal”, dizem. Os jardins do Six Senses Douro Valley são, por isso, merecedores de uma visita em qualquer altura do ano.

Mas se o exterior desta antiga casa de Vale de Abraão – descrita em textos de antepassados como “mais um palácio do que uma casa, com o céu como teto e o Rio Douro que passa pelos seus pés como companheiro” – nos conquista pela forma tão pura como se envolve na natureza, os interiores deste refúgio deixa-nos com a certeza de que é tempo de acalmar e aproveitar cada milímetro tão bem planeado para permitir alcançar a sensação suprema de relaxamento. Tal como autênticos descendentes da família Serpa Pimentel, que viveu uma vida feliz nesta terra de sonho até ao início da década de 1990, cada hóspede do Six Senses Douro Valley herda o conforto, o regalo, o bem-estar. Qualquer espaço deste refúgio, seja quarto, suite ou villa, é um verdadeiro oásis de tranquilidade, com pormenores que dançam harmoniosamente entre luz e sombra, com cores indutoras de sono, camas amplas e luxuosas, casas de banho espaçosas e, claro, elementos do Douro presentes sempre que possível. “As residências Six Senses oferecem todas as comunidades exclusivas de um resort, mantendo a privacidade e os toques pessoais de uma villa ou apartamento privado, com uma decoração magnífica”, descrevem.

Destaque para os quartos e suites Valley, onde fica o armazém original de vinhos da propriedade, recentemente restaurado e convertido em nove quartos e suites Valley, um verdadeiro ex-libris que merece ser visitado. Ao entrar no edifício, a espaçosa sala de estar convida-nos a momentos de convívio, com uma lareira como elemento central. Para além dos dois quartos de categoria Superior, e do Quarto Premier com terraço privado e banheira de hidromassagem, existem duas suites Valley no primeiro piso com varanda e três suites Valley Garden com terraço e uma com uma cozinha totalmente equipada. A suite Valley Master é, como o nome dá a entender, a cereja no topo do bolo: oferece uma área privada de jantar e de estar com lareira, casa de banho com banheira e sauna infravermelha, com vista panorâmica para os jardins comuns e para a área da piscina.

Suites Valley ©Six Senses Douro Valley

As pool villas são talvez a escolha mais indicada para quem visita o Six Senses Douro Valley neste início de outono, uma vez que a piscina exterior com água aquecida é um convite extraordinário para aproveitar os últimos raios de sol da temporada. Toda a área circundante à piscina está preparada para garantir bons momentos, com comodidades modernas e deck privativo pensado para românticos jantares privados, por exemplo.

Quanto às áreas comuns, o Six Senses Douro Valley estende o seu convite de relaxamento e dá-nos várias opções para saborear petiscos no Quinta Bar & Lounge, degustar vinhos no Wine Library ou até testar os dotes de alquimista convidando a uma experiência no Alchemy Bar. O que é o Alchemy Bar? Talvez a surpresa mais interessante deste Six Senses Douro Valley. “Ao descer as escadas que dão acesso à maravilhosa piscina interior deste resort, existe uma sala, denominada de Alchemy Bar, com uma enorme mesa de madeira e armários providos com todos os elementos necessários para a realização de Workshops. Nestes, os hóspedes podem aprender a fazer produtos de beleza caseiros à base de ingredientes naturais”, explicam. Podemos assumir que é a porta de entrada para uma experiência transcendente no Spa: com dez salas de tratamento, todas com janelas que privilegiam a vista para os jardins e fontes de água – e, claro, o vale do Douro -, este Spa garante tratamentos wellness variados, como massagens com pedras quentes, tratamentos faciais, terapias de bem-estar, rituais para repor energias e os típicos tratamentos de corpo.

Wine Library ©Six Senses Douro Valley

Na verdade, no Six Senses Douro Valley, as atividades de fitness e wellness são uma prioridade, motivando os hóspedes a participar em sessões de yoga, meditação, treinos de fitness ou até em cerimónias de mental wellness, como é o caso da cerimónia do fogo, cujo objetivo é libertar pensamentos e emoções e deixar que o fogo transforme essa energia em algo revigorante.

Não podemos deixar de falar das piscinas do Six Senses Douro Valley. Se a piscina exterior é um símbolo do espaço e refúgio sagrado em tempos de verão, a piscina interior é o refúgio da vitalidade em qualquer época do ano. A piscina interior, com janelas do chão ao teto, oferece vistas deslumbrantes sobre a floresta e proporciona ainda um relaxamento com terapias de som subaquático e jatos de massagem. Novos tratamentos incluem cromoterapia e crioterapia, opções de aulas a pedido, bem como personal trainers especializados. A chamada Vitality Suite garante ao hóspede usufruir de sauna convencional, sauna de infravermelhos, banhos a vapor, Laconium, sauna de ervas, sala de fitness com equipamentos da TechnoGym e da LifeFitness, ginásio interior e exterior e estúdio de atividades de wellness: yoga, aerial yoga, meditação, taça tibetana, TRX, HIIT, alongamentos, Kettlebell, etc.

Alguns segredos deste refúgio

Estando no Douro, é impossível não aproveitar todos os momentos para saborear as tradições: a boa gastronomia e o bom vinho. Para isso, o Restaurante Vale de Abraão é o local mais especial, uma vez que conta com três áreas distintas, capazes de agradar aos hóspedes desde o pequeno-almoço ao jantar. A Open Kitchen, que se prolonga para o exterior onde temos um terraço com laranjeiras e limoeiros, surpreende pelas suas opções e pela sua decoração tradicional. Almoços e jantares são servidos neste espaço e no terraço. O menu inclui produtos da região e da horta, todos eles frescos e saborosos. “Se assim o desejar, o Chef poderá levar os hóspedes até á nossa horta orgânica para participarem na apanha de legumes e ervas aromáticas e em seguida prepararem um prato especial”, alertam.

Open Kitchen ©Six Senses Douro Valley

Já o Terraço é um belo pátio em granito, com mesas dispostas em torno de uma fonte e com uma vista panorâmica para as vinhas. É o local ideal para um almoço ou um jantar romântico à luz das velas. Por último, a Dining Room é um dos segredos que temos de revelar: por trás das suas portas de madeira maciça encontramos uma enorme lareira ladeada por duas paredes cobertas de azulejos azuis e brancos do século XVIII. “Um lustre feito de uma viga de madeira e com peças suspensas de cristal está colocado por cima de uma mesa comunitária no eixo com a lareira. O chão está coberto com lajes de granito e o teto forrado a cortiça com uma estrutura em vigas de carvalho dando assim uma formalidade descontraída típica de uma verdadeira sala de jantar de quinta. As paredes estão pintadas em tons terracota inspirados nos tons locais do barro vermelho. Uma longa tábua que vai de parede a parede funciona como uma zona de apoio ao serviço de restaurante. No exterior existe um terraço estreito com chão em pedra, com pequenas mesas e com vista sobre o jardim orgânico e sobre o Barbecue”, explicam, detalhadamente.

Mas, já que falamos de segredos, temos mais alguns para partilhar. Em primeiro lugar, o quarto 402. É um dos mais históricos quartos do Six Senses Douro Valley. Porquê? É o quarto que alberga o oratório da casa senhorial original, é como uma bonita capela que promete arrebatar os hóspedes.

Também a floresta que de Vale de Abraão é um segredo a descobrir. Plantada durante a segunda metade do século XIX, as árvores e plantas que aqui vemos hoje foram encomendas de Vilmorin em Paris, um famoso horticultor em França que ainda está no mercado. “Em 1938, foi classificado como de “Interesse Público”, o que significa que estava sob jurisdição especial e não podia ser derrubada. Durante a Segunda Guerra Mundial um decreto governamental ordenou que todos os proprietários de florestas vendessem sua madeira ao governo devido à falta de carvão, mas por ser de “Interesse Público” a floresta de Vale de Abraão escapou desse destino”, revelam. Um passeio por esta floresta – ou mesmo pelas vinhas que circundam o hotel – é um plano imprescindível numa visita ao Six Senses Douro Valley.

Passeio de Barco ©Six Senses Douro Valley

O último segredo que queremos partilhar é indicado para aqueles que pretendem ter a experiência completa do Douro – navegando o próprio rio. Esta atividade é mais apropriada durante os tempos de primavera e verão. Consiste num passeio de barco clássico, com a possibilidade de piquenique a bordo. A viagem garante conhecer melhor a paisagem do Douro e a própria história do Alto Douro Vinhateiro enquanto Património Mundial da UNESCO.

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