
Presidente da CM de Lisboa revela solução para Academia de Amadores de Música
Após meses de incerteza, a Academia de Amadores de Música, uma instituição icónica na educação musical e cultural de Lisboa, pode finalmente vislumbrar um futuro mais estável.
O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, anunciou uma solução para garantir a continuidade da Academia na mesma área onde tem desempenhado um papel essencial na formação de músicos e na promoção da cultura.
Localizado no Chiado, um bairro histórico e central, o espaço tem sido o lar da Academia desde a sua fundação em 1884, proporcionando aulas, concertos e workshops que enriquecem o património artístico da cidade.
Contudo, a crescente pressão imobiliária e o aumento das rendas colocaram em risco a manutenção das suas atividades, afetando o acesso a instrumentos musicais e à formação de novas gerações de artistas.
A Solução Proposta pela Câmara Municipal
Carlos Moedas anunciou recentemente um plano para garantir a permanência da Academia no centro de Lisboa. Segundo o Presidente da Câmara, a autarquia identificou um novo espaço no Chiado, permitindo que a instituição mantenha a sua identidade e história na mesma zona.
A solução encontrada, contudo, não está isenta de desafios, uma vez que implica equilíbrio entre as necessidades de várias entidades e a gestão de processos burocráticos complexos.
Edifício cedido à Academia leva ao despejo da Junta de Freguesia
Uma das maiores repercussões da decisão da Câmara de Lisboa é o despejo da Junta de Freguesia do edifício onde será instalada a Academia de Amadores de Música.
O imóvel, situado no Chiado e propriedade da Câmara, tem sido utilizado pela Junta para fins administrativos, o que gerou forte polémica com a sua reatribuição à Academia.
Os críticos da medida alegam que a deslocalização da Junta pode prejudicar os serviços essenciais prestados à população, e apontam a falta de consulta prévia e coordenação na tomada de decisão.
Por outro lado, defensores da cultura e da história musical da cidade apoiam a medida, destacando a importância de preservar instituições com o impacto da Academia.
Perante as críticas, Carlos Moedas garantiu que a Junta de Freguesia será realocada para um novo espaço, onde poderá continuar a prestar os seus serviços sem grandes prejuízos.
O Presidente da Câmara descreveu a mudança como um “compromisso necessário” para proteger o património cultural de Lisboa.
Academia expressa descontentamento e acusa autarquia de falta de transparência
Apesar das garantias da Câmara Municipal, a Academia de Amadores de Música manifestou descontentamento com a falta de transparência e comunicação no processo de relocalização.
Em comunicado, a Academia acusou a Câmara e a Junta de “comportamento indigno” e criticou a ausência de um processo claro e colaborativo.
Os representantes da Academia afirmam que ainda não receberam planos concretos ou garantias de que a nova localização será adequada às suas necessidades, o que gera incerteza sobre o futuro das suas atividades.
Esta situação reflete desafios mais amplos vividos por várias instituições culturais de Lisboa, que lutam para manter espaços estáveis perante a pressão do mercado imobiliário.
A Academia reconhece o esforço da cidade em garantir a sua continuidade, mas apela a um maior diálogo e colaboração com a autarquia para que se encontre uma solução que beneficie todas as partes envolvidas.
Conclusão
Os próximos passos serão decisivos para definir o futuro da Academia de Amadores de Música. Um diálogo aberto entre a Câmara Municipal, a Academia e outras entidades envolvidas será essencial para resolver as preocupações persistentes e chegar a um consenso viável.
Garantir que a Academia tenha um espaço adequado para continuar a sua missão exigirá não apenas vontade política, mas também apoio da comunidade e soluções criativas para conciliar interesses diversos.
O desfecho desta situação irá influenciar não apenas o futuro da Academia, mas também o panorama cultural da cidade de Lisboa.