
Desenho sem fim é uma exposição do escultor português Rui Chafes, agraciado com o Prémio Pessoa em 2015. É inaugurada este sábado, pelas 18h, no Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), e junta-se às exposições de João Cutileiro e José de Guimarães completando o último ciclo expositivo deste ano do CIAJG. Nesta exposição, será possível conhecer um dos mais secretos segmentos do trabalho de Rui Chafes: o desenho.
Surgindo nos períodos de pausa, mais ou menos longos, da prática da escultura, o desenho de Rui Chafes foi-se desenvolvendo ao longo de todo o percurso do artista. Esta exposição Desenho sem fim lança agora um olhar retrospetivo sobre uma produção que começou de forma consistente em 1987 e continua até hoje.
“Esta primeira exposição antológica de desenhos de Rui Chafes reúne trabalhos realizados em momentos muito diversos do seu percurso, recuando até ao final da década de 1980 e ao período subsequente, em que estudou na Kunstakademie Dusseldorf com Gerhard Merz e prosseguindo até obras de 2017. De uma forma não-linear, a exposição mergulha no labirinto de referências e entrelaçamentos da obra em desenho de Chafes, propondo possibilidades de entendimento da sua obra por vezes surpreendentes e revelando o caráter atemporal e recursivo do seu percurso”, pode ler-se na apresentação da exposição.

Desenho sem fim revela um conjunto de trabalhos que usam materiais que, tipicamente, não pertencem ao domínio dos materiais de arte, como remédios, tinturas, chá, flores esmagadas e que “convocam uma inescapável ligação ao corpo e à sua permanente queda”.
Ligados aos acontecimentos da vida do artista, estes desenhos de Rui Chafes surgem como o “resultado de uma sismografia, registando os seres, os lugares, as energias, os momentos de felicidade e de desgosto, os dias de frio e de calor, a memória e o desejo, fazendo emergir o passado à superfície do papel ou antecipando aquilo que está por vir”. Com curadoria de Delfim Sardo e Nuno Faria, esta exposição pode ser visitada até 10 de fevereiro de 2019, juntamente com as exposições Constelação Cutileiro e José de Guimarães / Da dobra e do corte.
O CIAJG encontra-se aberto de terça a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 19h. Aos domingos de manhã, a entrada é gratuita.