Fala-se muito sobre a família, a tecnologia e o impacto que o mundo digital tem na vida das crianças e adolescentes. Fala-se muito sobre a forma como crescem as novas gerações e a forma como os pais educam, hoje em dia, com recurso a dispositivos eletrónicos. Afinal de contas, o que significa sermos pais na era digital? A tecnologia é uma ameaça ou um aliado?

Se, por um lado, os jogos desenvolvem a criatividade, a habilidade em resolver problemas e são divertidos, por outro lado, poderão expor os miúdos a conteúdo ou linguagem inapropriada.

Um dispositivo eletrónico poderá ajudar a distrair uma criança, no entanto, não é recomendável expô-la a ecrãs com idade inferior a dois anos. Estudos indicam que crianças com mais de dois anos não deverão exceder as 2 horas diárias de uso de ecrãs.

Estes são apenas dois exemplos e todos sabemos que as vantagens do mundo digital são imensas e têm revolucionado de forma positiva o nosso quotidiano. O problema não é a tecnologia e a solução não passa por bani-la das nossas vidas mas, sim, estarmos cada vez mais e melhor informados. É urgente que os pais promovam a segurança online dos seus filhos, monitorizem o uso da internet e utilizem aplicações de controlo parental.

Para os jovens que têm o seu próprio dispositivo móvel, é fundamental que os pais filtrem o conteúdo que não é adequado à idade dos filhos, restrinjam tempos e horários de utilização, autorizem ou não a instalação de apps ou jogos. Estes são alguns exemplos de controlo parental e existem várias aplicações disponíveis, inclusivamente gratuitas.

Se considerarmos perigoso deixar os miúdos saírem à noite sozinhos, é igualmente perigoso deixá-los com um dispositivo nas mãos ligado à internet, com acesso a todo o tipo de conteúdo.

Quais são os perigos? Para além de todo o risco associado ao cyberbullying que poderá ter consequências graves a nível social, escolar e de saúde, as crianças e jovens poderão aceder a conteúdo violento, sensível, sexual e não têm maturidade emocional para o interpretar adequadamente.

Tão importante como fazer controlo parental é informar os jovens sobre os perigos do mundo digital e o que deverão fazer quando suspeitam que algo está errado. Os pais não conseguem controlar tudo, por isso é importante orientar os filhos quanto ao tipo de informações pessoais que não são permitidas partilhar, assim como, alertá-los para o sexting, transmissão de imagens nuas ou seminuas bem como mensagens com conteúdo sexual explícito.

As crianças e os jovens precisam de regras para se sentirem seguros. Quando são envolvidos na criação dessas regras, surgem menos dúvidas sobre o que é certo ou errado, sabem com o que podem contar e autoresponsabilizam-se mais facilmente.

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Sobre a autora

Mãe de 3 crianças com 10, 8 e 5 anos, apaixonada pela família e colecionadora de boas memórias. É Orientadora Parental em Parentalidade e Educação Positivas. Na prática, ajuda famílias nos desafios da parentalidade, a torná-la mais leve e a construírem relações com mais significado.

Instagram:@anamagdabarroso