Revista Rua

2022-01-26T12:55:25+00:00 Património, Radar

Valpaços: o diamante em bruto

A última escapada rural pela Estrada Nacional 103.
Fotografia ©Município de Valpaços
Redação26 Janeiro, 2022

Valpaços: o diamante em bruto

A última escapada rural pela Estrada Nacional 103.

Por Joana Rebelo

No interior do distrito de Vila Real, a norte do país, encontra-se a cidade de Valpaços. A aventura pela N103 termina no município transmontano, recheado de história, monumentos, gastronomia, feiras e festas.

Os enchidos, as cerejas, o vinho e o Folar de Valpaços são os quatro ingredientes secretos da zona minhota. Passada de geração em geração, a receita do Folar de Valpaços é popular na altura da Páscoa e o produto é singular, registado como Indicação Geográfica Protegida. Graças ao solo fértil e ao microclima, a cultura do vinho é um investimento poderoso, levando à criação da Casa do Vinho, um museu que vale a pena visitar. Com uma golada no vinho transmontano, uma trinca no folar e o pão molhado no azeite, está na hora de conhecer o diamante em bruto.

Pertencente à zona ecológica do Alto Tâmega, a alma de Valpaços é pintada de vários tons de verde. Embelezada pela Serra da Padrela e pelos vales férteis dos rios, a região é predominantemente agrícola, marcada pela combinação de aromas e sabores provenientes dos seus produtos únicos. Investir em recursos naturais tem sido uma política levada a sério e, para os amantes de desporto e natureza, Valpaços dá as boas notícias: há quilómetros de novos percursos pedestres. A ecovia do Rabaçal oferece belíssimas paisagens e múltiplas atividades, sem esquecer a via ferrata que, para muitos, desafia vertigens. Estes itinerários lúdicos permitem muitos passos e também muitos mergulhos. Rabaçal, Calvo e Torto são os três rios que tentam refrescar os caminhos, vigiados pelos que no ar voam, como é o caso da águia real. De olhos atentos, há quem diga que é possível ver o chapim-azul, o vison-americano ou a lontra. Ainda pela ecovia, consegue observar-se a vegetação a aproveitar-se das ruínas dos moinhos e o cheiro da alfazema selvagem em flor é inconfundível.

Os caminhos florestais da ecovia representam o sangue límpido e sereno do coração de pedra de Valpaços, embora não se fique por aqui. Para além dos passadiços, é imprescindível visitar os locais em que é possível sentir o fervor religioso da região, tais como a Igreja Matriz e o Santuário de Nossa Senhora da Saúde, onde está claramente presente a arte barroca. Para conhecer a história e a arquitetura do município aconselha-se a Ponte do Rabaçal e os solares e casas senhoriais que o constituem, como o Solar dos Calaínhos e o Solar dos Morgados. Os primeiros documentos oficiais da região provam a forte presença de nobres e famílias senhoriais, o que torna a arquitetura dos solares um importante vestígio das raízes de Valpaços. Se coincidir, ainda poderá frequentar a Feira do Folar, a Feira do Fumeiro e a Feira da Castanha, as principais e mais conhecidas feiras da terra transmontana.

Fica, assim, feito o convite ao turismo sustentável de Valpaços, o diamante em bruto.

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