Revista Rua

2022-04-22T16:04:34+01:00 Cultura, Outras Artes

Exposição do chileno Elianyuri chega à galeria Apaixonarte em maio

A inauguração da exposição está agendada para 6 de maio às 18h e ficará patente até 4 de junho. A entrada é gratuita.
Redação22 Abril, 2022
Exposição do chileno Elianyuri chega à galeria Apaixonarte em maio
A inauguração da exposição está agendada para 6 de maio às 18h e ficará patente até 4 de junho. A entrada é gratuita.

A galeria Apaixonarte, em Lisboa, recebe no próximo dia 6 de maio a exposição individual do artista chileno Elianyuri. A PATRÔA E O TEMPO é o nome da exposição com entrada gratuita que fica patente até 4 de junho.

A instalação pública Patrõa, criada pelo artista chileno Elianyuri, que à noite ilumina os estendais nas fachadas, por diversas áreas de Lisboa e arredores, pretende evidenciar o trabalho doméstico não remunerado. É um foco de luz apontado às assimetrias de género que existem pelo mundo e que colocam as mulheres da casa num lugar de subserviência silenciosa. Retirando-lhes um dos bens mais preciosos e irrecuperáveis: o tempo.

A PATRÔA E O TEMPO surge através do convite da Apaixonarte a Elianyuri para que, desta vez, mostrasse o seu trabalho entre quatro paredes, onde decorre a maioria do trabalho doméstico. Estende-se, assim, uma linha de pensamento, do exterior para o interior, que, de forma cénica, nos remete para a obscura essência da matéria que o artista aborda. Aqui, Elianyuri cria uma instalação de contornos de luz dos objetos mais utilizados no quotidiano do lar.

O título reflete o paradoxo do termo Patrõa, coloquialmente empregue pelos companheiros, para nomear a mulher como gestora do lar, um cargo de decisão, mas que fica limitado à esfera das lides domésticas, enfatizando a diferença entre as condições de patroa e de patrão. O tempo- livre dele é sua propriedade. O dela é partilhado, com quem dele necessita e o exige. E assim, anexamos ao tempo outra característica: a liberdade.

Elianyuri recorre a uma técnica que tem vindo a desenvolver nos últimos anos, que mistura fitas de led e acrílicos para a criação de ambientes intimistas através da luz. Esta técnica permite evidenciar os contornos das roupas nos estendais que pautam as paisagens dos bairros por todo o mundo e que, aqui são entendidos como o reduto de um trabalho desvalorizado.

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